O Sindicato dos Médicos da Região Sul Catarinense (Simersul), a Regional Médica da Zona Carbonífera e a Associação Catarinense dos Médicos (ACM) Regional Sul manifestam grande preocupação com o estado atual do enfrentamento à emergência em saúde causada pelo coronavírus.
Com isso, reforçam a necessidade de cooperação da população no intuito de não descuidar dos hábitos de higiene, do uso de máscaras faciais e da atenção aos grupos de risco, e especialmente evitar aglomerações desnecessárias, considerando que Criciúma está vivenciando o momento mais crítico com relação à pandemia.
Estamos presenciando o desrespeito aos decretos e resoluções, onde muitos expõem suas vidas e as de outros em momentos de aglomeração, em ambientes públicos e privados.
Exigimos que as autoridades busquem ampliar os leitos, adquirir insumos, contratar pessoal, porém é preciso que a fiscalização seja intensificada de forma urgente para o cumprimento das regras por parte dos cidadãos.
Os hospitais estão lotados e os médicos, assim como os demais profissionais de saúde, estão atendendo em condições extremas. Estamos à beira do colapso da estrutura de saúde. Isto significa ficaremos sem leitos disponíveis em UTIs, mesmo na rede privada, o que pode levar a mortes desnecessárias de parentes e amigos.
Suplicamos a todos que se cuidem para que, desta forma, possamos reduzir a contaminação, e o sistema de saúde consiga voltar a suportar a demanda.
As festas de fim de ano estão chegando. Passaremos por essas festividades com os hospitais ainda lotados, o que significa que poderemos começar 2021 numa situação ainda mais dramática do que foi todo o ano de 2020.
As estatísticas oficiais são claras: as pessoas na faixa etária de 20 a 45 anos correspondem a grande maioria dos casos de contaminação, mas felizmente, com uma baixíssima taxa de letalidade, o que faz muitos considerarem que a infecção pelo novo coronavírus seja algo banal. Já a população com idade acima de 50 anos, mesmo com taxas de contaminação bem menores que a população mais jovem, apresenta uma chance muito maior de complicações, com internações prolongadas em enfermarias e UTIs, com uma duração média de 14 dias (nos casos onde tudo ocorre bem), podendo se arrastar por várias semanas e meses, longe de seus familiares, sem contato real e com sequelas que podem ficar para toda a vida.
E de nada adianta o distanciamento social e os cuidados dos mais velhos, se quem vai levar a doença para o interior dos seus lares são seus próprios filhos. Teremos todos que fazer sacrifícios neste fim de ano e verão próximo, evitando ao máximo as aglomerações, mesmo entre família e amigos, para que este não seja o último Natal de muitos.
Que autoridades e população cumpram seus deveres e assim possamos vencer essa guerra, que é de todos.
Licínio Argeu Alcântara
Presidente do Simersul
André De Luca dos Santos
Presidente da Regional Médica da Zona Carbonífera
Daniel Meller Dal Toe
Vice-presidente Distrital Sul da ACM
Deize Felisberto
Assessoria de Imprensa