Poucos dias depois de assumir o cargo de secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto reuniu-se com representantes do Conselho Superior das Entidades Médicas (COSEMESC), nesta semana, para debater pautas da categoria médica.
O coordenador do COSEMESC e presidente do Sindicato dos Médicos de Santa Catarina (SIMESC), Cyro Soncini, trouxe como primeiro assunto os ajustes no Decreto nº 1.752/2022 que tratam sobre a Remuneração por Produtividade Médica (RPM) que foram concluídos pelo governo anterior e entregues à nova gestão estadual para os devidos encaminhamentos.
“Estamos estudando a demanda, inclusive com a permanência de membros da equipe que estavam à frente deste caso, e esperamos em breve ter um posicionamento. Importante esclarecer que os pagamentos devidos continuarão sendo feitos normalmente”, afirmou Carmen Zanotto.
Cyro ressaltou a importância da retomada da questão. “Sabemos que estão iniciando os trabalhos, mas o assunto muito interessa, pois na medida que a RPM esteja implementada, vamos ter benefícios na assistência. O COSEMESC participou da Comissão que tratou deste tema e estamos à disposição para auxiliar e encaminhar esta pauta”.
O grande número de cirurgias represadas e a necessidade de ampliação de leitos de UTI neonatal e pediátrica também foram pontos apresentados à secretária que afirmou estar buscando soluções a curto prazo, assim como na ampliação da cobertura vacinal.
“Precisamos focar na atenção primária, ou os reflexos futuros serão impagáveis”, destacou o presidente da Academia de Medicina de Santa Catarina (ACAMESC), Luiz Alberto Silveira.
O presidente do Sindicato dos Médicos da Região Sul (Simersul), Licínio Argeu Alcântara, levantou a questão da falta de leitos psiquiátricos no Estado, problema reconhecido por Carmen Zanotto que se comprometeu em debater o assunto mais profundamente.
Os dirigentes também comentaram sobre a necessidade de realização de concurso público, tendo em vista que o último foi realizado em 2012. “Sabemos que o concurso assegura uma equipe alinhada e com melhores resultados. No modo de contratação temporário, quando o profissional está capacitado e integrado à equipe, é substituído. O concurso traz segurança para o médico e qualidade no atendimento”, acrescentou o presidente do Conselho Regional de Medicina, Eduardo Porto Ribeiro.
O presidente da Associação Catarinense de Medicina (ACM), Ademar Paes Junior, citou a importância da parceria público-privada e o mapeamento de risco da população catarinense. “Temos muitos dados sobre diagnósticos realizados, mas não sobre os fatores de risco, e este mapeamento que estamos trabalhando pode contribuir para uma outra visão neste novo ciclo que se inicia. Os problemas urgentes devem ser resolvidos, mas é fundamental avançarmos um pouco mais”.
Demandas pontuais envolvendo médicos que atuam no hospital de Ibirama e hospital Regional do Oeste também foram pautadas pelos dirigentes médicos. Se em Ibirama há dificuldades de profissionais para as escalas, o que tem levado os médicos a realizarem ‘plantões cumulativos’, em Chapecó os problemas dizem respeito à crônica inadimplência para com os médicos, provocando descontentamentos e a saída de profissionais para outras unidades. As situações são de conhecimento da secretária que afirmou que estão sendo tratados individualmente pela gestão.
“Avalio como uma excelente reunião em que as Entidades demonstram não apenas a sua boa vontade em ajudar a SES em tudo aquilo que couber, mas tivemos a resposta plena da secretária Carmen e da sua equipe, que com ótima receptividade se mostrou à disposição para o diálogo, com a competência que tem. Acredito que Santa Catarina ganha com esse entendimento entre secretaria, entidades médicas e os profissionais da saúde que tem preocupação com uma assistência de saúde de qualidade aos catarinenses”, avalia Cyro Soncini.
Com informações da Assessoria de Imprensa Cosemesc